Dados pessoais: qual o valor deles?

Dados pessoais: qual o valor deles?

Nesta quita-feira (28) é lembrado o Dia Internacional da Proteção de Dados. Para reforçar a importância deste tópico, separamos um artigo especial sobre o tema. Nós passamos grande parte do nosso tempo navegando pela internet, consumimos conteúdo, estudamos, trabalhamos, nos divertimos, estamos em constante movimento virtual, um movimento necessário.

“Porém, estar na internet tem seu preço! A cada página visitada, aplicativo baixado, interação, e tudo mais que a internet oferece, nós deixamos , inevitavelmente, vestígios. Soltamos nossos dados por meio do caminho virtual, de forma consciente e inconsciente”, ressalta a encarregada de dados da rede Instituto Mix de Profissões, Diana Cristina Maciel.

Tais dados proporcionam a construção de uma personalidade e possibilitam assim, que empresas forneçam seus serviços e produtos de forma personalizada, aumentando a probabilidade do consumo de tal produto. Uma frase bastante emblemática retirada do documentário “O Dilema das redes”, diz que “se você não está pagando pelo produto, você é o produto”.

“A partir dessa perspectiva podemos pensar: qual o valor da utilização dos aplicativos gratuitos? Serviços que “em tese” não pedem uma contraprestação pelo seu fornecimento. Será que o valor não estaria no acesso aos nossos dados? Acesso às nossas preferências? Fica a reflexão”, explica Diana.

O impacto dos dados em nossas vidas


Outro questionamento perspicaz é referente a indagação: “até onde a prestação de uma experiência personalizada impacta na nossa vida?”. Para comprar um medicamento na farmácia nos solicitam CPF, endereço, qualificação profissional, registram nossos históricos.

E se tais dados forem compartilhados por exemplo com empresas de seguro de saúde, gerando a possibilidade de um histórico de medicamento, de possíveis doenças ou até mesmo a probabilidade de desenvolver determinada patologia, consequentemente o acesso a esse histórico informativo pode proporcionar um plano de saúde mais caro.

“Esse tipo de experiência personalizada, além de fomentar a discriminação entre usuários gerando preços distintos entre uns e outros, afronta, ainda, o direito fundamental do livre desenvolvimento da personalidade, na medida que gera conteúdo específico e influência opiniões”, pondera a especialista de proteção de dados.

Se determinado usuário passa a receber uma infinidade de conteúdo sobre uma pessoa ou fato, todos no mesmo sentido, existe uma forte possibilidade de influenciar o julgamento desse usuário, de formar uma opinião, que pode ser benéfica ou não.

Dados importam e protegê-los é fundamental!


Esse tipo de influência é perigosa, não tão somente no que diz respeito à experiência individual de cada um, mas também da sociedade como um todo. O pesquisador da área, Bruno Bioni, e professor no segmento de proteção de informações, afirma: “seus dados são você, são a sua identidade, a sua personalidade e é por isso, que privacidade e proteção de dados importam”.

Uma nova cultura de proteção e privacidade das informações está nascendo e com ela garantias importantes. A partir de toda essa perspectiva, um tanto “Black Mirror” (série que explora questões comportamentais da atualidade da rede de streaming Netflix), mas muito necessária, podemos refletir: qual o valor dos nossos dados pessoais? Você pode ler mais sobre como proteger seus dados neste artigo. Ou ainda pesquisar mais informações neste endereço oficial do Governo Federal.

Separamos ainda esse episódio do IM Cast, o podcast oficial da rede Instituto Mix de Profissões, que explica um pouco da Lei Geral de Proteção de Dados, com a participação da encarregada de dados da rede IM, Diana Cristina Maciel, e ainda outro episódio, que explica o que muda, basicamente, com a atualização de privacidade e proteção de dados de algumas redes sociais.

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